Dando sequencia ao giro de entrevistas sobre o mês de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, na manhã desta sexta-feira, 14 de maio, o investigador da Polícia Civil de Missal, Giuvani Paulo Calderan, fez diversos alertas e apresentou alguns números alarmantes. De acordo com ele nos últimos 05 anos, foram registrados 32 casos em Missal de crimes sexuais contra crianças.
Giuvani compara com outros crimes de estupro cometidos no mesmo período e conclui que a maioria destes crimes ainda envolvem crianças. Segundo o investigador, engana-se quem pensa que essas situações ocorrem somente com meninas. “Há grande quantidade envolvendo meninos também”, relata. “As redes sociais se tornaram uma verdadeira armadilha, para crianças e para adultos”, completa.
De acordo com o investigador, há muitos crimes sexuais envolvendo crianças e adolescentes em Missal, podendo ocorrer de diversas formas, cm contato ou sem contato. Entre alguns exemplos, Giuvani citou o atentado violento ao pudor, que é quando o agressor mostra partes íntimas do seu corpo ou mesmo quando obriga a criança ou adolescente mostrar o próprio corpo. Além disso, há crimes de sedução, corrupção de menores e estupros, que são cometidos em 90% dos casos por pessoas próximas.
Giuvani observa que ainda há resistência em representar contra os agressores, devido ao medo de ser julgado pela sociedade, por haver familiar envolvido, por vergonha, burocracia e até pela impunidade nos julgamentos. “Estes crimes são apurados em segredo de justiça”, orienta o Investigador.
A fim de facilitar o trabalho da polícia na investigação e chegar de forma mais ágil ao agressor, é necessário que a vítima procure algum órgão para efetuar a denúncia, pois a pessoa será ouvida por profissionais, psicólogos, e se constatado o abuso, o caso será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames de lesões, conjunção carnal. “São provas que devem ser observadas imediatamente. Se houver demora do registro, este tipo de prova acaba se perdendo”, alerta.
Para denúncias há também, além dos órgãos municipais, o Disque 100, que é a principal linha e com absoluto sigilo. Esta denúncia chega à Polícia Civil de forma muito ágil. “Procurem os órgãos competentes, tomem cuidados com os filhos e filhas, para que não corram o risco de se tornar vítima da violência”, aconselha. A pena varia de 06 a 30 anos de detenção.